terça-feira, 30 de setembro de 2014

Numa colher de madeira.

Tomates despencam da geladeira,minha vida não foi não foi brincadeira. Todo tomate sobre a colher que eu levo até a janela pesa .
Rola fácil, fico olhando da janela....Um homem passa, escorrega , equilibra-se , mas não cai.
Controle emocional é carência. Daí ser perdedora em vários grãos.
Vamos equilibrar um ovo na cabeça e andar na ponta dos pés. Um , dois. Ele se espatifa, escorre petróleo. A mim não serve, que de petróleo servem-se as máquinas. Preciso de gravetos: cada osso deste corpo é um ponto pra eu desenhar.
Desenhe com ossos e veja o quanto i bemóis de dor. Das mãos o movimento crispa o vermelho, sem os azuis de tangerina. 
Desde os quinze anos debrucei-me sobre um pato que dissequei, o pato sou eu. E, com luz tíbia, mesa cambaia, abri um coração para de dentro arrancar tripas. 
Deserta, soldado. Ele não deserta, vai, cego. E a mãe do ali aluno pergunta se ainda estou nisso de dar aula. 
Aula, minha Senhora, não é aula. Sou eu me pondo à prova da porosidade. Que um vez choveu, em mim, veio a penumbra, daí minha vez de equilibrar o sol ovo. Numa colher  de madeira.
E é a madeira o que me ama. Venho das árvores, dum galho onde não fiz casa, por falta de mira. Se ando pra cá é o lá que me canta. Se viro à esquerda, é um país que vejo desmoronar.
Carmen Miranda: o Brasil acabou. A tal brasilidade veio farol, virei cega.É a madeira que me ama. Venho das árvores, venham-me as árvores, antes que não haja mais terra.
A educação, a educação, a educação.



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