segunda-feira, 30 de junho de 2014

Que tipo de narrador.

AQUI O NOVO BLOG DENTRO DO BLOG

EM BREVE AQUI NO CONTANTO QUE NÃO MINTAM

Não há nada ainda. Mas anote o link aí depois do desenho.

http://desbundeelagrimas.blogspot.com.br/

Saudemos as fobias. Chega de Freud!

A fobia de multidão pode ser uma intuição protetora. A agorafobia evita encontros amorosos com potencial de violência -  um desastre anunciado.
A minha natureza soube me proteger, criando medos e me levando a uma vida reclusa.Tive tempo pra ler o que quis. Era o que eu desejava desde pequena. Minha mãe  é que me induziu às festas. Minha avó pedia: " Força, você precisa largar de ser tímida".
Meu pai: " Para com isso, deixa a menina estudar, é o que ela precisa''.


A world without love - Peter and Gordon

afirma-se que uma imagem vale mais que mil palavras sei que foi com as palavras que se fez a tal avaliação.

Acordei às 4 da madrugada. E agora bebo café e penso se tomo um remédio, se volto pra cama.
(...)
Estou aqui vendo páginas de internet...
Minha mania de me testar, de me por à prova é que me fez assinar o Plantão Policial. Vou resistir às fotos, quero olhar a violência. Não sou fraca...
(...).
Horror, tenho a impressão de que a tela está suja. Preciso virar adulta, aguentar as imagens. E, contorná-las com palavras. Porque, se afirmam que uma imagem vale mais que mil palavras sei que foi com as palavras que se fez a tal avaliação.
(...)
Tenho andando muda. E preciso correr e me explicar
o mundo. Com palavras, o salto da caverna. Preciso acreditar nelas.

(...)
Preciso congratular a lógica que as encadeia. Porque essa cadeia é que me comunica o que há de melhor. Presente, passado e futuro. Preciso reavaliar o racionalismo; talvez, dar férias à festejada loucura que vem me alimentando de líquens.
(...)

Cansei do meu estágio primitivo.  Ainda que haja rara beleza na luz que vem à caverna.


Handel - Sarabande

domingo, 29 de junho de 2014

A solidão em Hendrix.



  Não tenho é amigo de perto. Ver todo dia, ligar toda hora.
Gosto é de conversar na rua com estranhos. Na pracinha, no ponto de táxi.
Hoje no supermercado uma mulher me conta que come queijo sem parar. Mas leite jamais! Nojo! Perguntei se mamou quando criança; me olhou, estranhando. E começou a falar da neta. Parece avó recente e, deslumbrada. 
Meus amigos são assim, vãos. 
Mas, há um segredo não me deixa ficar só: ouvir este som. 
https://www.youtube.com/watch?v=OX-SM2fz8Ck

O homem ri mais alto que um latido de pastor alemão!


Moro em frente a um boteco. E nele um cliente ri sem parar. 

Tenho receio de pedir que  o dono dê jeito na risada do cara. Creio que, se fizer isso, provocarei hostilidade. Tenho medo de retaliações.

 Um boteco é um lugar de poder. Não se pode entrar em desacordo com ele, o boteco. Porque quem vai lá ficará furioso comigo, deve ser maravilhoso encher a cara na mesa da calçada.O caso é q não estou suportando.
Um dia gravo a risada.

Não vou criar intriga. Ele deve dar lucro pro proprietário.
O negócio é colocar tampões no ouvido. Vou fazer encomenda de  toneladas de

algodão. 

O que sobrou.

Ando perdendo tudo na vida. Fica o caminho da rua. 
Fico a caminho da rua.

Adicionar legenda
James Taylor , cantando na sua universidade
https://www.youtube.com/watch?v=ZmHYnVBy4xk

Ninguém faz mais a minha cabeça!

Gostei do corte e até da cor ...meio mal passada.
Sinceramente! Falta mesmo é o brilho da jeunesse. Até pensaria em puxar as pálpebras, cortar as bochechas. 
Mas, essa não é minha proposta na vida. Fazer força p aceitar a decadência física e tentar repará-la com energia interior ( sim!) e física: a meta!!!



James Taylor : mud slide slim and...

https://www.youtube.com/watch?v=SADmPjewrls

Metendo as 'tisora' no cabelo

 Houve uma época da juventude em que arrisquei muitos valores. Hoje arrisco pouco. Vamos lá cortar o cabelo.

Quando o faça você mesmo não dá nada certo.

Tentei pintar em casa, mas a cor não pegou, os fios brancos são um poder contra a química. Melhor ouvir James Taylor e relembrar meus tempo de cabelo negro negro.

https://www.youtube.com/watch?v=xEkIou3WFnM

Coisa de mulher velha

Estou pintando meu cabelo em casa. Tomara dê certo.
Não venho suportado ir ao cabeleireiro. Coisa da idade, provável.
Uns cobram excessivo para meu padrão médio. Há uma cabeleireira mais em conta; mas, em seu salão, só clientes idosas - que amam falar de doença; isso me cansa.Fora que adoram comentar os feitos dos filhos, netos e sobrinhos.Fora, as que mencionam marido.Dá um status danado! Fico boiando - meio despeitada. Não tenho bem algum na área familiar.
Fico com os olhos parados na folhinha Seicho-noiê , ou nos troféus da dona do salão, exímia cantatriz de karaokê japonês. Isso me cansa!
Havia resolvido não pintar mais o cabelo. Deixar branco. Um homem bem grisalho é um charme, a mulher pode ser. Vou deixar - pensei.
Mas lido com jovens, dou aula de redação. Melhor investir numa aparência menos velha.Então, lá vai a tinta&tinta. Despenco o tubo todo.



dear onehttps://www.youtube.com/watch?v=iOXD5bMC8ys&index=10&list=PL5660F028AB19C16C

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A crônica do fracasso

Tem o superego rigoroso.
 "Olha aonde vai se meter! 
E sua mãe: o fim é a sarjeta".
Descobri que era artista aos 22 anos, comecei a desenhar...Isso, depois de ter feito rondas por várias universidades. Era bem perdida. E depois de, no colégio, ter sido considerada uma estranha   chata, paradona, ''cata-moscas'' ( é o que dizia uma 'amiga'). De repente,  virei uma moça ''inspirada''.
Mamãe havia sido artista de palco, cantou, foi atriz.  Acabou se casando. Claro que não foi feliz - desconfio que não -  mas teve êxito financeiro, melhor que miséria e desamparo.  
Este, o meu medo. E foi  por isso a psicóloga junguiana  me transformou( plim!) numa professora particular de redação.  Deu certo!
O problema é que transformei as aulas em pura brincadeira. Nem me importei em guardar dinheiro.  Fazia e tenho feito das aulas teatro, desenho...O tempo passa.
Continuo sensível. E foi esse estado  que me fez prestar atenção ao vendedor de violinhas, ali, perto do Itaú. Carregava pesada beleza de uns olhos muito azuis azuis. E, uma espécie de tristeza que o teria feito sumir da paisagem, não fossem os olhos e as violinhas. Falava cerimonioso e humilde. 
Pensei no meu irmão, artista mais fracassado que eu ; sequer conseguiu coisa concreta na vida.  Hoje mora num hotel. 
Na real, vi meu irmão- e eu - no tal tal homem.
Quis ajudar, forjando assim meu quinhão de esperança para o tempo em que capengarei vendendo violinhas. Melhor confiar na futura bondade alheia.
Comprei três violinhas : uma azul cor de loucura; outra , amarela , cor de  enorme decepção com os homens e, com a vida. Porém há uma cor secreta: simboliza minha fracassada história.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Faz duas semanas tenho sentido dores nas pernas pra andar. Deve ser a primeira fisgada da tal de velhice.

Nervosa, costumo mancar. Não que seja cocha, é o pé chato e algum descompasso mental. 
Depois dum tempo que me conhecem, acabam confessando que, de cara, pensaram que eu mancasse.
Eu quase manco , sim. Dependerá da angústia do dia ( há graus insuportáveis), ou, da beleza duma flor;fofice de cachorro; do meu medo ( pavor) de carro , tudo que me distraia. Então, o  corpo pende pros lados. 
 Esqueço de firmar  os pés no chão e... lá vou manquitolando pela rua.
Foi nesse compasso que eu desci as escadas do Itaú da avenida da Aclimação, num cambalear ligeiro de segunda-feira. Estava numa insegurança danada de descer a escada, com sacolas - eram as roupas que eu ia dar pra moça do Select levar para os sem-teto.  Além disso, usava os horrorosos chinelos de borracha, os clocs. Estavam rompidos - tenho momentos de desleixo com o visual, desculpe.
Atracada ao corrimão - sempre tive medo de descer escadas, nem é a idade -  e, assim, tíbia, vejo um senhor mais que atracado ao corrimão, doutro lado da escada-  e bem vagaroso.
- Envelhecer é difícil - disse meio que pedindo cumplicidade.
-  Pois é...
Me encara sorridente, com atenção ferrada ao meu rosto: 
- Mas, você não é velha. 
- Sou, sim.
- É velha nova. Eu tenho noventa e cinco anos!!! Ah! não  é fácil...
O fato é que ele identificou-se comigo. A diferença entre a gente é que desde criança caminho com dificuldade.  
Mas não nego que faz uma semana tenho sentido dores nas pernas. Deve ser a primeira fisgada da tal de velhice. 
Semana que vem,  urgentes caminhadas. Aliás, criei um jeito joia de caminhar. Conto outro dia.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

As lágrimas dos anos setenta.

 
Havia a consciência da nossa fragilidade ; um ímpeto de  refazer a vida, despertar o amor nas pessoas . Andar em bando, sentir-se diferente da maioria. Vestir-se doutro jeito que desse visibilidade ao corpo.   Não mais as posturas rígidas das salas de visitas, mas, a chance de ficar à vontade. Andar e sentar maleável.
Já não importava a timidez, a casa sem pintura e de portão quebrado; podia-se esquecer a humilhacão da infância, os colegas mais ricos. Usar pulseira de barbante, saia de estopa.
Deixar  pra trás a ansiedade da mãe torcendo pelo casamento da filha.
Criou-se um palavreado novo, uma esperanca inédita. E a energia da contestacão.

Can't you hear me knocking- rolling stones

http://www.youtube.com/watch?v=3fa4HUiFJ6cTalvez continue escrevendo isso

terça-feira, 24 de junho de 2014

Tirou a máscara quando voltou pra casa.

E te amava.
Mas me faltava leitura dos fatos. Por isso, permiti a sua bota na minha garganta.
Só que hoje depois que você se foi virei um tablado de madeira, podre e esfiapada. Um covarde espantalho, medroso de que lhe roubem raro verdume. Nada me emociona, nem o jogo do Brasil.
Eu, que fui alegre feito um coelhinho bobo das histórias de fadas - as tantas que você me contava lá no passado ...
Esta minha luz de alegria inútil e oscilante é que assoprava o meu catavento da alma. Apagou.
Sobrou a obtusidade de não ter compreendido até agora quem foi você. Nem a sua fúria de se livrar de mim nestes últimos dez anos.
E, sem um enredo mínimo, não se caminha. Uso as palavras, quem sabe... É por isso dou valor a elas. Só elas contornam fatos, o dentro, o fora.  E contornam um rio provável.
Se eu ficar cega, ainda terei comigo o rosário das letras. Com elas moldarei o vermelho e ainda lhe darei tonalidades. Criarei escadas pra ver o sol; e, compressas para olhos queimados. 
Não me importam as cores, mas o que se pode dizer delas.
Mas, sem enredo que -ponto à frente e ponto atrás- me beatifique com a penumbra da compreensão, eu não crio sentido. E as palavras viram pregadores de roupa, grampos de cabelo, signos vazios.
Todo mundo devia ter o compromisso de se explicar minimamente. Já é previsto que o casulo vire borboleta, mas, não pude prever que você viraria o que...
Vamos nos recordar a noite em que  tive a impressão de que lhe caíra a máscara. A ocasião da sua volta. Foi espalhando seus objetos pela cozinha. E tirando os meus. "Essa prateleira é a sua. Deve caber tudo" . E depois foi me encantoando. 
Não alcei o mundo adulto. Hà maldade nele. Não compreendo.
Sobrou-me uma madeira podre e um espantalho. Tudo muito seco. E fiquei muito velha de repente.

Eu não quis morrer no seu lugar


INICIANDO

Ambiente verde-escuro, lembrando um ventre de réptil.
A mãe urra. ( observar os leões para aprender como se faz isso).
- Tudo que eu lhe dei! Você tinha o dever de ter morrido por mim.
A filha , chorosa:
-  Pais é que morrem pelos filhos - não me arrependo de não ter morrido em seu nome.
O pai ( tom de voz suave) já segura os pulsos da mãe:
- Não fale assim com ela. Para com isso! Não tem culpa!

SEGUNDO TEMPO

Sai da cama.Descabelada,  abre a cortina. Segura a gata. Para como se posasse.
(Usar óculos escuros, muita luz, vinda da janela. A imagem do São José no fundo do plano).

Caminha lenta feito bem velha. A gata acompanha.
Chega à mesa. Segura a cabeca entre as mãos. Vira pra gata.
" Luna, já lhe dou o leite. Mas vou tomar café na rua.
 Luna , Luna, caiu na lacuna. Meu medo não é maior que o seu.
Não tenho suas unhas senão raspava as paredes. Luna,luna'' ( Voz infantil).
Volta à cama. 






O caso do supermercado



Era um supermercado popular.
Tinha enchido o carrinho, três pacotes de café;três de acúcar...Sabão em pó gigante.  Pra economizar pra valer.
Na fila no caixa, um senhor à frente, carregado de vinhos, cervejas, queijos. 
E foi quando a caixa - com cara de quem parecia não estar feliz ali, cara de ódio de mim, de ti, do dia e da noite - resolve pegar - e jogar-  minhas mercadorias - sobre o balcão. Atira tudo, misturando o meu e o dele. O homem, tranquilo, reclama que a caixa de iogurte não era dele; nem o sabão.Nem isso nem aquilo . Ela comeca a refazer as contas, sem dizer um a. Ele reclama uma, duas vezes. Ela erra e mais erra. "Não, isso não é meu"- ele repete.
Decidi expressar a preocupacão: " Será que vai sair certo, moca". Mas ela reaje, grosseira, diz que sim, vai dar certo. Refaco a pergunta: "Será que vai dar certo Talvez vc esteja cansada".
Resolvi pedir outra caixa. O homem já indo embora, não pretendeu me salvar da situacão. A conta dele já estava certa.
E veio a outra caixa, também com maus bofes.
- Agora , vá pro fim da fila! Por causa da sua confusão a fila aumentou.
- Moca, não vou pro fim da fila. Se ela aumentou foi por ...
- Vai agora.
Eu me senti frouxa.Tive vontade de xingar, não é certo. Fora que podem me processar. Engoli seco.
Saí de lá, sem as compras, meio que praguejando. Eu que não sou de praguejar. Eu que só queria fazer uma compra grande!

Nome do supermercado:  Dia

segunda-feira, 23 de junho de 2014

domingo, 22 de junho de 2014

Sangue com água

Parece besta isso, mas chás de frutas vermelhas me trazem um rumo na vida.

A nobreza do papel


Hora de dormir,

Preciso soltar os grampos do cabelo, é hora de dormir, mas, tenho medo do sono, vou enrolar o tempo, driblar o mais que puder, pois fico segura à borda do inconsciente, sei lá o que me espera....
 fico segura à borda do inconsciente, sei lá o que me espera....

A vida ainda me assusta


Missão chinesa.


Se eu fosse mais nova queria entrar para um convento.


Uma siamesa de castigo

Ela teima em não vir quando eu chamo.  Enfurna-se sob a escada, ou corre e se esconde lá em cima. 
Fechei a porta do quarto e não abro.
Mas estou triste , tenho dó da gatinha. 

sábado, 7 de junho de 2014

Classificada para melhor ser entendida.

Sempre vi grandeza em cada olho. Em toda calçada e até no asfalto. No mundo prático que inventa o fácil. Vejo grandeza no fácil que é me sentar na porta de casa e tomar sol.
Vejo apoteose na dobra do dia; no prato de arroz com feijão.Mas tremo de raiva ouvindo a máquina que me diz 'um para seguros', 'dois para impostos', '3 para esgotos'...
 Vejo grandeza no homem que gargalha à toa no boteco em frente à minha casa. Por trás da risada histérica haverá uma alma tola e apequenada e tão boba cujo fundo é o cadafalso. Disfarce e ria, Senhor.
O mediano é pessoa controlada. Dentro dele mil passarinhos aprisionados dizem o pelamordedeus que você só não tem asa mas pode voar.
Mas estou aprendendo a me controlar, desenhei uma cara séria e uma crosta entre mim e os outros. Assim me querem senhora. Classificada para melhor ser entendida. 


Mas o jeito de carregar cuia, de sentar com as pernas em cruz, o café da manhã...


Sou índia aculturada, perdi a família e o totem.
 Já vinha perdendo e não via. 
 Fiquei sozinha, sem sal ou presença de cultura arcaica.  Tenho irmão que mora longe longe longe...Tão longe!
Mas o jeito de carregar cuia, de sentar com as pernas em cruz, o café da manhã...paira num varal inalcançável.
Tenho a mim e a dois bichos que me servem de calor.
Nenhum terapeuta terá paciência para ouvir história de índio. Dará o antidepressivo, mas, se é da tristeza que faço tinta para a escrita. 
E eu me transformei; amigos antigos não me veem, nem quero que vejam. Porque donde caí não há mais diálogo com eles.

Armando Trovajoli - Un amore difficile
 https://www.youtube.com/watch?v=yhRPsZF6Q94

Mas teimo na alegria, de boba que sou.

Copa, o povo precisa pular, cantar! 
Mas a mulher que tinha uma ferida no pé se não caminha pelas ruas sujas da cidade de São Paulo, pode ter morrido. O corpo dela  vale dinheiro. 40 anos. Servirá às faculdades de medicina.  Tudo que cai serve pra alguma coisa.
Não coube no sistema, às ruas. Não tem família, à vala comum, dos loucos, dos mortos vivos.
Ratos comem o lixo assim como moradores sem teto servem pra assimilar o lixo, tudo serve. Menos, o humanismo.
O povo quer cantar. Nas casas do meu bairro , bandeiras. Faltam mortalhas.
Portugal, guerra de Avis. Castela desenterra os mortos do cemitério! Afronta maior era mexer com os mortos. Mas hoje um morto são órgãos aproveitáveis. O tabu da morte, o respeito a ela não existe mais. Um morto a mais, um morto a menos.
Multidões são números. O sonho do socialismo acabou, venceu o capital em grande gala.
O sonho da globalização acumulou cultura desnecessária e matou identidades.  Um mundo  novo só daqui a milênios.  Tudo resolvido,  eliminar-se-á a dor. Até lá veremos a derrocada do bem comum.
A máquina vai tomar o lugar dos bancários, dos caixas do supermercado, dos motoristas de ônibus. O poder não temerá as greves.  Porque não haverá trabalho pras multidões. 
Uma pequena aristocracia, a Terra povoada por poucos cultuadores das máquinas. Uns viajarão à Lua, passar as férias de outono. Viverão muito a mesmice de uma vida boba.
O Mestre de Avis será esquecido ou fará parte dum vídeo game.  Apaga-se o passado e importará o hedonismo e a exultação à tecnologia.
Mas hoje o povo precisa cantar a Copa! E a mulher deve ter morrido. 
A Prefeitura tem telefone sagaz: Disque 1 para impostos; 2 , água, 3, impostos, 4...NInguém aguenta esperar o auxílio aos moradores de rua. Ratos, não gente. 
E para o Poder é bom que no Brasil facções se odeiem. É bom que o mais pobre ache que o rapaz que fez a faculdade com esforço é um filhinho de papai. Pega ele. Rouba , mata, leva o celular. 
Ideologia socialista explica mal e porcamente a desigualdade. E os poderosos se protegem além da revista Caras. Os bobos saem na revista e correm risco tanto quanto o  frentista do posto que foi assaltado e morreu.
A milenar sabedoria dos japoneses em vão. O cristianismo em sua pureza em vão. 
Assim, vejo o presente e o futuro. Mas teimo na alegria, de boba que sou.

Antonio Carlos Jobim - Stone Flower - Full Album

https://www.youtube.com/watch?v=2Dvbeo_UUPE

quinta-feira, 5 de junho de 2014

''Prefeitura: Se no telefone é bagunça imagine no resto'' ou " Deus proteja os moradores de Rua!"



21 horas. A Prefeitura me ligou para prestar satisfação sobre sua tarefa de ajudar a moradora de rua, fato que ocorreu às 12 horas.
- aLÔ! aQUI É da Prefeitura. Roselene Marinho Prado, é a Senhora...
-  Sim. 
-Um minutinho,.
Toco a esperar.
Outra voz:
- Um minuto.
- ...
-Mais um minuto. ( mais de 20 minutos )
- Mais um pouco.
- Sim...
- Pois não. O que deseja ( interrogação).
- Nada, a Prefeitura ...me ligou para...
- Não sei de nada , Senhora,
Desligo furiosa e ligo de novo.
Uma outra atende. Explico tudo. Ela fala com um grupo e reporta a ele o que eu disse.
Perco a paciência, dou uma bronca:
- Imagino a zona que é este departamento. Se nem no telefone se entendem. A mUlher já deve estar morta, estava sob o sol e com dor. Agora, vai ser um bom corpo para as faculdades de medicina.
- Senhora, não tenho nada com isso! Sou Maria Lùcia e não, a prefeitura.
- Eu sei. desculpe , mas ...tenho de falar com alguém.
- Espera. Estão me dizendo aqui que a mulher sumiu.
- Está bem. Boa noite.


LUGAR ONDE A MULHER SOFRIA SOB O SOL: RUA DIAMANTE, PERTO DA PRAÇA POLIDORO. O PESSOAL NO ENTORNO DA CASA ELIAS TENTOU AJUDÁ-LA, MAS, SEM AMBULÂNCIA FICAVA MUITO COMPLICADO.
AS PESSOAS AINDA QUEREM AJUDAR , O PROBLEMA SÃO AS AUTORIDADES, NO CASO, O SISTEMA LERDO DA PREFEITURA DE SÃO PAULO.

Prefeitura não tem condição de socorrer morador de rua doente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Tinha do à Casa Elias Art Decor comprar caneta pra novos desenhos. Um pessoal em frente à loja tentando ajudar uma moradora de rua,com o pé machucado e meio perdida, aérea,mais com os olhos no céu que na maldita terra. Ela não conseguia dar um passo e queimava-se sob o sol. Contam que já tinha vindo o Samu e ido embora, dando desculpas. Chamaram a polícia , nada. E a mulher cheirava mal.
Todos nós cheiramos mal se não tivermos água e dove.
Ligo p o Samu, converso, alegam que é complicado. O morador pode se negar, nada a fazer. Aconselham a Prefeitura, 156.
Ligo e escuto " Disque 1 para transportes, 2 para Imposto, 3 para ...." Até que consigo decotar a ladainha do diabo e alguém atende. Pego pesado, tenho língua de fogo. Mandaram anotar o protocolo. Terminei: " Se preferirem que ela morra aos poucos na rua, mandem ao menos o carro p pegar o corpo".
Sou má quando fico brava.
Ficaram com o meu telefone. Vamos ver se fazem alguma coisa.
Quando voltei , vi o buraco em frente à minha casa, foi deixado pela Sabesp. Alguém colocou terra no buraco. Algum morador.
Vivemos tempos podres, tristes, temos de fazer algo.