Mas a mulher que tinha uma ferida no pé se não caminha pelas ruas sujas da cidade de São Paulo, pode ter morrido. O corpo dela vale dinheiro. 40 anos. Servirá às faculdades de medicina. Tudo que cai serve pra alguma coisa.
Não coube no sistema, às ruas. Não tem família, à vala comum, dos loucos, dos mortos vivos.
Ratos comem o lixo assim como moradores sem teto servem pra assimilar o lixo, tudo serve. Menos, o humanismo.
O povo quer cantar. Nas casas do meu bairro , bandeiras. Faltam mortalhas.
Portugal, guerra de Avis. Castela desenterra os mortos do cemitério! Afronta maior era mexer com os mortos. Mas hoje um morto são órgãos aproveitáveis. O tabu da morte, o respeito a ela não existe mais. Um morto a mais, um morto a menos.
Multidões são números. O sonho do socialismo acabou, venceu o capital em grande gala.
O sonho da globalização acumulou cultura desnecessária e matou identidades. Um mundo novo só daqui a milênios. Tudo resolvido, eliminar-se-á a dor. Até lá veremos a derrocada do bem comum.
A máquina vai tomar o lugar dos bancários, dos caixas do supermercado, dos motoristas de ônibus. O poder não temerá as greves. Porque não haverá trabalho pras multidões.
Uma pequena aristocracia, a Terra povoada por poucos cultuadores das máquinas. Uns viajarão à Lua, passar as férias de outono. Viverão muito a mesmice de uma vida boba.
O Mestre de Avis será esquecido ou fará parte dum vídeo game. Apaga-se o passado e importará o hedonismo e a exultação à tecnologia.
Mas hoje o povo precisa cantar a Copa! E a mulher deve ter morrido.
A Prefeitura tem telefone sagaz: Disque 1 para impostos; 2 , água, 3, impostos, 4...NInguém aguenta esperar o auxílio aos moradores de rua. Ratos, não gente.
E para o Poder é bom que no Brasil facções se odeiem. É bom que o mais pobre ache que o rapaz que fez a faculdade com esforço é um filhinho de papai. Pega ele. Rouba , mata, leva o celular.
Ideologia socialista explica mal e porcamente a desigualdade. E os poderosos se protegem além da revista Caras. Os bobos saem na revista e correm risco tanto quanto o frentista do posto que foi assaltado e morreu.
E para o Poder é bom que no Brasil facções se odeiem. É bom que o mais pobre ache que o rapaz que fez a faculdade com esforço é um filhinho de papai. Pega ele. Rouba , mata, leva o celular.
Ideologia socialista explica mal e porcamente a desigualdade. E os poderosos se protegem além da revista Caras. Os bobos saem na revista e correm risco tanto quanto o frentista do posto que foi assaltado e morreu.
A milenar sabedoria dos japoneses em vão. O cristianismo em sua pureza em vão.
Assim, vejo o presente e o futuro. Mas teimo na alegria, de boba que sou.
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