quinta-feira, 10 de julho de 2014

A desenhista mediana

Quem numa cela, daí a corda, o balanço. E o impossível nem era o esboço, mas mapa completo. Rabiscar o vento pedia complexidade. Balança, balança e relata o outro lado do mundo. Lagos, fogo, bichos... Medonha noite, onde construísse a Casa. Que jeito permanecer viva no descampado?Como se permitir tresloucado sonho?
Se nem os pés encontram  um chão. Ali, aqui, nesta nova manhã.
Não desistir” – e a vida esvaía e ela, na tentação de encontrar caminho, houvesse urtigas, a lhe arranharem as mãos. Do sangue desenharia maçãs, a saia branca de minúsculas flores. Talvez no balanço chegasse às águas. Para que vaticinar urtigas? Sorria o azul, o verde, tantas texturas.
Em setembro, desenhava escadas no intento das copas. Árvores irmãs.
Mas as escadas ficavam tortas, apontando-lhe a certeza da queda. Chegou a esboçar asas, mas temeu o vôo. Volta o balanço, outra vez as escadas. E num contínuo, esmigalhando tudo.
Lá fora o ciclo e o giro. Envelhecia.

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