Se o mundo ficasse quieto, eu podia me ouvir, porque o barulho feio é a água no porão.
E desgraça é que escrevo no vidro que é por onde vejo o azul que não sou eu. Isso sei, graças a Deus!
Sou um naufrágio por isso imito o peixe que de estar ali preso é perdedor de qualquer conta com o mundo. Ali quieto. Mas vai se salvar. Salvar é o jeito!
Minha condição podia ser a dele, é pior. Pra mim, vêm louças quebrando, tapetes batendo. Eu e eu. E o aquário de se proteger com um cone e dentro, o peixe, feito à lume.
Que caos é tão pendido pra totalidade? Que a única chance de silêncio e sentido é o lume e o silêncio. O lume me divide ao meio. Nem aqui, nem ali. Por isso, bom mesmo é o silêncio, mas a música inclusa nele. Silêncio assim não significando omissão, descaso, isso também é silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário